quarta-feira, 6 de junho de 2012


No final de sua vida, Gia passou muito tempo internada em tratamento, se curando do vício e controlando o HIV em seu organismo, cada dia mais debilitado, e quem a acompanhou e sempre sofreu por ela foi sua mãe, que sempre lutou para tirá-la das drogas e queria que ela saísse do mundo da moda, para o próprio bem dela.

Gia queria que sua história fosse contada para que outras pessoas tivessem a oportunidade de aprender com sua tragédia. Ela viu que teve tudo que uma mulher queria ter, mas jogou tudo fora pela bobagem de se sentir menos amada e rejeitada, por uma depressão que poderia ter sido curada na busca de um psicólogo. Ao pensar que poderia ter escolhido um caminho mais fácil para viver, isso a fazia se arrepender amargamente da vida louca que teve. Ajudando as pessoas dessa forma, em contar sua tragédia pessoal, sua vida não seria em vão, queria mostrar aos viciados que outro caminho era possível.

Quando começou a se tratar da AIDS, não tinha mais nenhum dinheiro para custear o tratamento, pois gastou tudo em drogas. A ex-modelo mais rica e famosa teve que se declarar indigente e miserável ao governo para conseguir ajuda médica gratuita. A AIDS a fazia sofrer, dores constantes e a agressão dos remédios eram torturantes. A doença a mutilou, a ponto de que osmúsculos se desprenderam do seu corpo, um dia, o mais belo e cobiçado corpo, por homens e mulheres do mundo. Ela emagreceu muito, perdeu os dentes e os cabelos, doenças oportunistas, como pneumonia, sarcoma de Kaposi e câncer começaram a aparecer todas juntas e repentinamente se espalharam e tomaram todo o seu corpo, que se encheu de feridas. As dores fortes a faziam agonizar e chorar. Gia Marrie gritava de dor, os remédios a queimavam por dentro, as doenças a faziam sentir dores dilacerantes. E assim, sendo torturada por doenças ela ficou internada num leito de hospital por anos, em plena juventude.

Em 18 de novembro 1986, no auge da juventude, com apenas 26 anos, a tão sofredora Gia entrou para uma parte triste da história como a primeira mulher famosa a morrer por severas complicações de saúde decorrentes da AIDS. Seu organismo não suportou mais tanto tempo de dor, seu emocional não aguentou mais sofrer como nunca na vida.

Durante sua fase terminal, sua mãe proibiu visitas de reportagem e alguns falsos colegas, que só queriam fofocar sobre o estado de Gia, pois ela e nem Gia queriam que ninguém a visse sofrendo de dor e desespero. Gia era vaidosa e não queria que ninguém a visse em estado de calamidade.

Seu enterro ocorreu as 10 horas da manhã, no dia 21 de novembro de 1986. Só sua mãe compareceu a seu enterro, ela que foi sua única amiga em toda sua trajetória de vida.

Scavullo descreveu o fato da morte semanas depois, como uma das maiores perdas do mundo da moda.